Sunday, December 14, 2008

às 22:05 a campainha tocou...

Às 22:05 a campainha tocou e os primeiro convidados chegaram!

A ideia de fazer uma festa no nosso apartamento já estava no ar há bastante tempo, mas finalmente no fim de semana passado, depois de uma noite tardia de copos e enquanto estávamos no autocarro No1 a ir para casa, decidimos que a festa finalmente aconteceria este fim de semana, na 6a feira!

Convidamos todas as pessoas que conhecemos e como seria de esperar nem todas puderam aparecer, mas mesmo assim conseguimos reunir diferentes grupos de amigos (algo que nunca tinhamos feito antes) num total de 13 nacionalidades - Portugal, Suécia, Australia, Espanha, Italia, França, Suiça, Servia, Marrocos, Lituania, Brasil, Romenia e Irão. Tal como numa típica festa sueca, cada pessoa trouxe uma bebida para contribuir para os níveis de álcool, e claro que com tanta garrafa, muitas ficaram por abrir o que é sempre um bónus para os anfitriões! :) Além das bebidas, cada um dos convidados trouxe também uma prenda de Natal para participar na troca de presentes que também tivemos (muito natalicio, sim senhor!).

Foi uma festa como tantas outras, com muita palhaçada, pessoas novas para se conhecer, álcool, musica, um ou outro gajo estranho com quem ninguém fala, umas quantas raparigas engraçadas com quem toda a gente quer falar e pessoal bêbedo (eu?), ou seja, o sinonimo de umas quantas horas bem passadas!

Tal como em todas as casas suecas, o pessoal teve que andar descalço mas fiquei por identificar quem era o gajo (ou gaja) que me obrigou a abrir a porta da varanda para arejar melhor o apartamento!

A meio da festa, o meu chefe decidiu passar pela festa para ver o que se passava! :) Escusado será dizer que por essa altura já tinha entornado (acidentalmente!!!) alguns copos pela minha goela abaixo, mas é sempre nobre e digno tentar parecer completamente sóbrio quando é óbvio que assim não o é! Quando o meu chefe começou a puxar conversa sobre trabalho, identifiquei a rapariga mais gira q estava num raio de 3 metros (sim, elas gostam de se manter perto de mim!), agarrei-a pelo braço e apresentei-lhe o meu chefe! :)

Interessante foi também conhecer uma rapariga italiana que disse trabalhar em estatísticas de fertilidade para a UE, mas que depois de uns dedos de conversa revelou que a sua especialidade era os níveis de humidade das vaginas europeias(bastante interessante, fiquei fã!). Ela fez questão de me dizer que os homens portugueses têm um pénis com uma dimensão dentro da média europeia e que os suecos eram os que estavam melhor munidos... Fiquei por lhe perguntar se ela tinha chegado a estes números através de experiência pessoal ou se os leu em algum lado....

Perto das 4 da manhã os últimos sobreviventes da festa foram para casa e eu fui para os meu lençóis. O dia seguinte foi de limpeza e para efeitos de curiosidade aqui ficam as fotografias do "antes" e do "depois" da festa. As fotos do "durante" foram censuradas!

Thursday, December 4, 2008

Costa

Aqueles que já conheceram pessoal de outros países, sabem que a fonética da língua portuguesa é de difícil compreensão para a estrangeirada.

Problemas em pronunciar o "ão", "lho", "nho", "rr", "r" são bastante comuns e isto realmente aborrece quando se tenta ensinar algumas palavras divertidas, como por exemplo aquelas que acabam em "lhão"!
Depois há aquela coisa de comermos as vogais no fim de cada palavra, e se pensarem bem no assunto até é verdade... na generalidade das línguas, as vogais são bastante abertas (italiano e espanhol são um bom exemplo disso), mas no caso do português um "o" no fim de uma palavra lê-se "u" e é tão curto que por vezes, para quem não está habituado, soa como como um "e" fechado.
Por fim chega a minha característica favorita do português, a impressão de que metemos uns "x"s pelo meio das palavras que dizemos e, mais uma vez, é a mais pura das verdades. Por exemplo, a palavra "gajas" (que bela palavra), em espanhol ler-se-ia "gájaze", mas em português lê-se "gajaxe", isto é, muitos dos nossos "s"s são realmente lidos como um curto "x".
Misturando todas estas características, há quem diga que o português é semelhante ao russo e aliás, até já houve um espanhol que pensou que eu era polaco ou russo quando me ouviu falar em português (no comments.....).

Depois desta curta dissertação sobre a fonética da língua portuguesa (será que posso ganhar um prémio Nobel à pala disto?) chega finalmente o meu nome, "Rui". Sim, todos vocês estão a pensar "que sorte! que nome tão porreiro!", eu sei, mas no estrangeiro é um nome complicado de se ter. :)
Quando se lê "Rui", muitos pensam que é um nome chinês ou indiano por ser curto e esquisito (acho que estas 2 palavras são-me também familiares em outras ocasiões!) e depois fica-se sempre na dúvida se está mal escrito ou se falta alguma letra pelo meio. Se escrito já é um nome estranho, então pronunciado pior é. Quando me apresento "Hi, I'm Rui" há 2 hipóteses: ou a pessoa pede para repetir ou então tenta disfarçar um ar indignado de quem está a pensar "porra, o que é que ele disse?!?!?". Inúmeras são as situações que tenho que repetir o meu nome e que explicar que é um nome português e que por acaso até é bastante popular em Portugal. Passando para o dia-a-dia, tenho a dizer que poucas são as pessoas que realmente pronunciam o meu nome como deve ser, tanto mais que já me adaptei quando me chamam coisas parecidas (!)...
De modo a evitar mal-entendidos e conversa desnecessária, chega ao absurdo de haver casos que prefiro dar um nome falso (Michael - sinto-me um verdadeiro fora-da-lei quando o faço!!!!), quando por exemplo estou a reservar mesa num restaurante ou a pedir um táxi!

Depois desta explicação toda, é finalmente agora que aparece o "Costa"! (Mas quem é o Costa, pá?) Tudo começou em França, quando um colega meu australiano, irritado pelo facto de não conseguir pronunciar o meu nome devidamente, perguntou-me pelo meu último nome, "Carrilho"! Acontece que Carrilho ainda é mais complicado de pronunciar do que Rui e por haver um grande jogador de futebol, de qualidade mundialmente reconhecida e um grande benfiquista, de nome Rui Costa (!), assim foi... um grupo de amigos passou a chamar-me de Costa. É mais fácil de pronunciar, é curto (mas não esquisito!) e além do mais, permite a quem o pronuncia dar uma achega portuguesa e pronuncia-lo "Coxta" dando uma certa piada ao nome. Acontece que este tipo que me apelidou de Costa também veio para a Suécia e com ele trouxe a minha alcunha atrás! Neste momento já existo como "Costa" em contactos de telemóvel e há quem pense que é esse o meu verdadeiro nome!

"Costa", ora aqui está a história de mais uma das minhas alcunhas!

Monday, December 1, 2008

Um fim de semana de ursos

Esta 6a feira poderia ter sido mais uma das tantas 6as feiras em que se vai para o trabalho com a excitação do fim de semana, mas ao contrário de tantos outros fins de semana, a minha excitação era outra, o Johnny Gil... :)

Às 19:30 estava a sentar-me na fila da frente de um avião da RyanAir rumo a Berlim. Não foi preciso muito para topar que a hospedeira morena e girinha de nome Liliana era portuguesa, mas foi a hospedeira calmeirona polaca quem me deu mais conversa. Cada vez percebo melhor o fetish por hospedeiras de voos, especialmente se as imaginar num avião despenhado, cobertas de sangue e a dar uso ao colete amarelo salva-vidas e às máscaras de oxigénio (!).

Chegado a Berlim, além do Johnny tinha o Tiago e a K à minha espera, o fim de semana prometia....
Depois de uma noite de actualização de conversas (gajas e Benfica), o dia seguinte foi de visita. O Johnny fez questão de nos levar ao seu restaurante favorito, como também a ver as grandes obras públicas de uma cidade moderna como é Berlim. Depois de vermos algumas paredes baleadas (o que mais há para ver em Berlim?) demos a nossa visita turística por terminada e decidimos voltar para casa do para beber Martini e comer pistachos. O Johnny vive num prédio novo, bastante limpo e agradável, um achado!

A hora de jantar chegou e lá estavamos nós num restaurante indiano a celebrar os anos do João. Com o objectivo de acabar cedo a noite e despachar os seus amigos, o Johnny optou por levar o pessoal a um bar para beber absinto puro... O resultado foi imediato e, como esperado, passado pouco menos de 1 hora já não havia sobreviventes. Com a promessa de hungaras roliças fomos levados para o "razzia in budapest" para acabar a noite (reparem bem no poster que está na parede junto a mim... acho que a pessoa que tirou esta foto estava a querer dizer-nos qualquer coisa...).

Curada a ressaca, o próximo dia foi de visita ao El Corte Ingles lá do sitio e de uma busca interminável por waffles que nunca chegaram a ser encontradas.

Horas depois estava eu de novo no avião, desta vez sem a Liliana mas com a certeza de um fim de semana bem passado.